Falei aqui sobre como foi meu 2022 e no texto há bastante empolgação sobre como foi um ano bom. Em retrospecto, ano passado eu terminei três romances e fiquei com a ideia de que tentaria fazer o mesmo número esse ano. Ah, era um jovem empolgado.
Pois falhei miseravelmente.
Esse foi um ano mais complicado na minha escrita. Para escrever esse texto, comecei a refletir onde falhei. E aí eu voltei no texto do ano passado e lembrei da minha promessa de que mexeria no meu romance de horror em janeiro, que eu tinha 30k escrito mas que precisava mexer de novo, etc. E no triatlo que é a escrita de um romance, dessa vez não consegui nadar de braçada e afundei na água.
E de novo. E de novo.
E de novo.
Várias vezes ao longo do ano eu não consegui manter o ritmo de escrita que me fez terminar CA, um romance de 70k, em 2 meses, como fiz no ano passado, por exemplo. Até tive certos rompantes de escrita (o nanowrimo foi um ótimo momento, onde conseguir fazer 50k de um romance em novembro, mas já tinha 25k escritos em outubro, entretanto não terminei), mas no fim eu terminei pouquíssimas coisas. Além disso, não consegui lançar nenhum dos romances meus, obviamente (mas isso é outra questão; várias coisas me impediram, além das minhas tentativas com publicação tradicional também não ter ido muito em frente, acontece).
Eu naufraguei em janeiro, com meu romance de horror. Depois, naufraguei na minha tentativa de fazer uma continuação de CdSMA (chamo carinhosamente de CdSLD, mas vou voltar nele mais a frente). Não posso dizer que naufraguei, mas o meu romance de licantropos (e talvez a coisa mais longa que eu ando escrevendo, já beirando os 70k e nem na metade do romance), mas é o tipo de história que escrevo lentamente, passinho a passinho, como fiz com CdSMA e CdA.
Talvez o grande problema de 2023 tenha sido tentar coisas muito grandes. Quer dizer, não é um problema, mas é difícil terminar várias coisas com mais de 100k de palavras num ano só, né? Várias vezes mexi em projetos desse nível e, mesmo escrevendo um grande volume de palavras deles, não pude terminar, o cansaço bateu mais forte.
Mas 2023 não foi um ano de falhas. Porque, quando olho para trás, penso que talvez tenha sido bom eu ter diminuído o ritmo, recalcular rotas, tentar coisas novas. Quer dizer, eu mexi em alguns projetos antigos e consegui restabelecê-los, reformulá-los, deixá-los engatilhados para quando eu querer escrever mais no futuro. Eu iniciei histórias, ideias que tinha vontade de mexer em algum momento, e o primeiro passo (sempre o mais difícil para mim) foi dado e gostei. Quem sabe 2024 não vem com uma vontade imensa de mexer nelas?
Claro, 2023 não foi um ano infrutífero. Eu finalizei "Jacaré". Não sei nem se esse é o nome final da história, mas é o nome que eu sinto que é dele, que o veste idealmente. Escrevi a punho, de uma maneira que eu faço apenas com histórias especiais, e ela tem um estilo desafiante (segunda pessoa, narrador não-confiável) e trágico do jeito que eu esperava fazer. Fiquei bastante satisfeito com o resultado final, resta apenas revisar e reescrever no computador.
E para 2024? Eu já estou me preparando para esse ano. CdSLD, por exemplo, eu avancei bem na primeira tentativa de escrevê-lo, e é o projeto mais curto de todos. Eu só preciso replanejar algumas coisas, desenhar um pouco (a punho novamente) sobre para onde as coisas vão. Além disso, eu quero começar janeiro mexendo em um dos projetos dos 3 carnavais. Novamente, o mais simples, um romance fix-up (alguém ainda escreve fix-up hoje em dia?) que eu já escrevi diversas vezes por inteiro, mas ainda não fiquei satisfeito de nenhuma forma. Ainda tenho meu projeto de contos que basta apenas sentar e escrever. O primeiro dos contos me deixou bem satisfeito.
Enfim, 2024 vou baixar a bola, tentar compreender melhor o meu ritmo. Mexer mais em coisas que iniciei, reescrevê-las, continuar de onde parei. É como eu trabalho, no fim. De corrida em corrida, eu consigo terminar várias. Se 2022 foi o fim de um ciclo, 2023, ao parecer, foi início de outro. Espero que 2024 eu continue.
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